O Festival do Clube de Criação Brasil começou este sábado com um painel sobre a produção do som para propaganda, na era do conteúdo. Kito Siqueira (Satélite Audio) comandou o papo e várias provocações interessantes surgiram, começando pela pergunta: o que te torna músico, em um mundo onde todo mundo produz? Felipe Vassão (Loud) acredita que o lado sensorial faz a diferença e que isso ele desenvolveu com os anos, porque no começo achava que a praticidade era o caminho. “Se antigamente um profissional passava anos para aprender um instrumento, hoje conta com inúmeras ferramentas que te entregam um som pronto. Ou seja, o que diferencia a entrega é o instinto de quem assina”comenta.
Para Lou Schmidt (Antfood) o desafio dos novos formatos é saber filtrar o que vale, diante de todas as referências, principalmente em artes. O produtor lembrou que se compartilhou mais conteúdo nos últimos meses, do que toda uma geração, também por causa das ferramentas disponíveis, que deixam o processo muito mais simplificado. Já para Max de Castro (H.A.M.nyc), a grande dificuldade de produção com a nova geração é o briefing, devido ao entendimento dos termos e linguagem.
Orlei Gonçalves (Nova Onda) lembra que é um momento de reaprender o que funciona. Se antes grandes os filmes de propaganda pediam grandes produções, hoje o que funciona é aquele conteúdo mais natural. “É preciso virar a chave interna para conseguir isso, porque as vezes o que torna o material genial é (até) a sujeira que coloca na trilha”, completou.