Há uma semana, eu e meu parceiro de som, Jarbas Agnelli, partimos para três dias de NAMM (National Association of Music Merchants) em Anaheim-California, que faz parte da grande Los Angeles – famosa por sediar o primeiro parque da Disneyland.
Para nós, fazia todo o sentido estar na Disneyland… Não a do Mickey, mas a das novidades do mercado de equipamentos e tecnologia musical. Para um artesão, saber usar suas ferramentas e quais as novas ferramentas que podem melhorar sua obra é o mesmo que abrir novos portais de criação.
Quase tudo está ali, onde os grandes lançamentos em equipamentos musicais – que geralmente chegam as lojas em março – dão seu primeiro showzinho. E aí vêm aquela estrutura americana imbatível, os estandes muito bem arquitetados e o centro de exposições incrivelmente grande e bem organizado.
No da Universal Audio, você podia colocar o fone e mexer nos grandes botões compressores para sentir a atuação dos equipamentos em uma música que ficava tocando no fone. Muitos desenvolvedores de plug-ins do mundo inteiro lá desde Polônia, Lituânia e pelo mundo a fora com plug-ins e instrumentos virtuais criativos de sonoridade diferente. E o melhor da feira: você poder falar com os desenvolvedores para tirar todas as dúvidas que quiser.
Fiquei mais direcionado aos modulares, minha nova paixão. Pude falar com um monte de gêniozinhos da eletrônica em conversas que você vai tentando e, às vezes, conseguindo entender as combinações e potencialidades de seus modulares que provavelmente você levaria um bom tempo para descobrir. Sim, você esta bebendo na fonte.
E por aí vai em todas as categorias e tipos de instrumentos, da tuba ao xilofone,passando por sintetizadores, guitarras, todas as marcas de pedais, pianos, percussões, microfones, softwares, DAW, acústica, iluminação…Você pode testar tudo, usar, tocar, processar… Se quiser fazer uma musica, testar microfones… Go ahead! É realmente a Disneylândia.
Em uma das tardes, encontrei com Rafael Moreira, um guitarrista amigo meu que toca hoje com o Paul Stanley e já tocou com Christina Aguilera, P!nk, já foi o guitarrista do American Idol e capa da Guitar Player, ou seja, ele conhece todo mundo mesmo. Foi como se tivéssemos colocado um óculos raio-x para ver a feira de uma outra perspectiva… Pelos corredores, cruzávamos com o universo de músicos da industria mainstream mundial. Cruzamos com Glen Sobel, baterista do Alice Cooper que ele conhecia e nos apresentou, Frank Gambale, guitarrista do Chic Corea, e mais um monte de músicos que estavam passeando pela feira e que nem eu nem meu amigo saberíamos dizer quem era e que já fizeram parte das musicas que ouvimos.
De repente você vê uma multidão em um stand da Hammond e lá esta ele: Steve Wonder dando uma palhinha, infelizmente essa eu não vi, apenas fiquei sabendo.
No outro estande, super músicos fazendo duelo no órgão, na guitarra, no baixo… e por aí vai. São muitos músicos fantásticos tocando despretensiosamente e outros contratados. Apesar de estar cheia todos os dias, é só para associados da NAMM ou convidados da indústria da musica, músicos que vão lá passear, tocar e conhecer os nos novos instrumentos.
Encontramos dois brasileiros geniais que estão na foto. Vinicius Brasil, que faz um modular genial chamado V-Brazil que não deixa nada a desejar aos melhores que vimos, e o Valente, que faz um piano elétrico estilo Rhodes que tem um som delicioso chamado “Valente”.Vou comprar um desses.
Foi uma catarse, um tsunami, um passeio que deu pra contar aqui, 10% do que vimos em infinitos corredores nos 4 andares imensos dessa feira incrível.
Quero ir para a Disneyland todos os anos.
– James Feeler da Jamute.